quarta-feira, 31 de março de 2010

Mundo de hoje

















Não me diga que o mundo piorou,
Que não entende a maldade
Que os jovens de hoje
Bla bla bla
Como se fosse novidade.
Desde tempos remotos
Os jovens de hoje estão perdidos.

E não me fale dos tais
Combates honrados
Em guerras leais,
Quando o rei ia à frente
Como hoje não mais
E bla bla bla
Nunca houve luta limpa
Nem dois iguais.

E pelo amor de Deus,
Não me fale da pureza
Do instinto dos animais
Da natureza
E bla bla bla
Se sua vida é a mesma
Que nos pôs a marchar.

E não me venha de novo
Falar do coração
Da gente simples
Do povo
E bla bla bla
Eles todos são Hitler
Quando podem mandar.

Não cante a loucura
Dos ídolos do rock,
Litros de álcool,
Tratamentos de choque
E bla bla bla
Não há nada de novo
Em Dionisio, Pandora
Ou Loki.

Não me fale da corrupção,
Da indolência, dos vícios
Que temos a mais,
Das vergonhas nacionais
E bla bla bla
Se a humanidade é tão brasileira
Em tudo que faz.

E por favor não me fale
Da sua pureza,
Indignação e surpresa
E bla bla bla
Eu não estou chocado
E o mundo
Não vai acabar.

[2004]

quinta-feira, 25 de março de 2010

Gargalhadas

Encontrei o pessoal da banda sentado num café na Savassi. Puxei uma cadeira. Em certo momento da noite, estávamos rindo muito ao evocar aquele tipo social que costuma lamentar a própria sensibilidade e dizer que gostaria de ser como as outras pessoas, que sentem menos. Depois formulamos conclusões machistas, às gargalhadas.

Foi uma das conversas mais tristes que eu já tive.