domingo, 27 de novembro de 2011

Bioluminescência

Mote: "Não há inspiração na calmaria...Esse é vc."
D. 




"It will grow back like a starfish" - (Antony And The Johnsons)


 Na penumbra, mergulhadas,
 Duas criaturas atreladas gentilmente.
 Aquarelas de pele mesclando vão
 Duas mãos, dois muitos tons diferentes
 Que surgem luminescentes,
 Os da minha pele e a de
 Da sua pele.
 E há inspiração, sim, na calmaria,
 E canto enfim a sua alegria
 E, finalmente, a minha.

 E nessa calma nadam olhos, mãos
 E sons na penumbra vão,
 Nadando no ambiente,
 Os sons sob a minha pele segunda
 Livres dos destroços de um tão-frágil
 Que me afunda em distorção,
 Os sons que são a minha alma de verdade
 E nessa calma vão,
 Os sons de cristal de sob a minha pele
 E os de,
 Da sua pele
 Que se mesclando vão.
 E há inspiração, sim, na calmaria,
 E canto enfim a nossa calma
 E finalmente, a alegria.

 Acho tua boca,
 Lar de tanto nunca e tanto não.
 E teus olhos luzem na escuridão,
 Bioluminescentes,
 Onde sisuda fria vã teoria
 Previa a vida sem condição.
 E nessa alegria há inspiração
 E o fundo dito maculado,
 Envenenado em sua essência,
 Brilha, suave, iluminado, filtra
 Tanta dor e corrosão.
 Na treva naufragada de um navio,
 Criaturas iluminam o salão.

 E há, sim, transmutação
 Dos elementos que não são
 (Embora nisso insista a escuridão),
 Em sua essência, a treva
 E o veneno do acidente
 E luzem sendo mais que o ambiente,
 Maiores que a situação, e encontrar-se vão
 A formar a solução luzente.

 Luzimos junto aos restos do acidente
 Onde a vida declarada impossível, ausente,
 Num copo pousa um trago fluorescente.
 E há inspiração, sim, na calmaria,
 E canto enfim e mostro a minha alma
 E alegria, sou amor, sou gratidão,
 Sou, finalmente, sou
 Bioluminescente.

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