segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Trancas


Vejo teu universo em cor
Conheces a flora toda dos sons de teu jardim
E eu tenho em mim os dons todos de os ouvir,
Mas tais flores me doem, florescem sua ausência.
E me embriago de ruína
E vou entrando no coma cinza que invoco
Bebendo vozes que anunciam nada e fim.
Mas você está em silêncio em mim,
O seu jardim todo,
Numa canção de luz que eu não toco.

Ouço guitarras cinzas e brancas
E dou meu corpo ao pior.
Meu dentro recebe a cinza
Como a pele queimada recebe o coma,
Como a porta recebe as trancas.



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